Ai! Já chega! Já chega de segundos que se estendem pelas horas e pelos dias, não se lhes avizinhando um fim. Nem um princípio. Nem um recomeçar de nada.
Já chega! Ela vai segura-lo pelos colarinhos, encosta-lo à parede mais próxima e beija-lo até não mais poder. Sofregamente. Com sede, fome e avidez devoradoras.
Já chega! Ela vai deixar-se tomar nas suas mãos, quebrar o jejum do seu corpo, sorver-lhe a pele e beber o seu suor. Salgado. Temperado.
Já chega! De sal sem pimenta, de olhares doces sem beijos ácidos, de apetites venenosos sem antídoto.
Ai! Já chega! Não… na verdade não chega. Não chegará nunca. A paixão inexplicável é imortal, não se basta com nada, não se fina em prazos de morte certa.
Ai! Não chega! Contra aquela parede, colarinhos no chão, as penetrações de sexos só gritarão por mais:
- Ai! Não pares… Não chega!
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