Friday, February 10, 2012

Mel...

 
Queres-me doce, deliciosa, tentadora.
Queres-me mel, prazer sacarino que te toca suave e te adula.
Queres-me em deleite no teu corpo, presa nos teus apetites e a derreter na tua língua.
Na tua pele. No teu suor. Nos teus poros. No teu prazer.
No teu sexo.
Mas… e se eu for mel daquele que não escorre?
Daquele mel que cola, que fica preso, consistente…
Daquele mel que flui para ti mas não goteja, mel com certezas e crenças férreas?
Não sou mel derretido, meu amor.
Sou mel que se funde somente nas altas temperaturas da paixão.
Mel firme que se consome na lava da luxúria, que se liquefaz apenas na lascívia de que eu me alimento para ser plena.
Contigo inteira.
Sou mel de amor, mel consorte e seguro, mel que dá lastro aos teus apetites e que venera sentir-te em fome.
Mas… só serei líquida no teu corpo se explodires, se fores vulcão em mim, se te entregares nesse ardor que me dá cor à vida.
E só em ti poderei brotar assim. Porque só tu me dás favos onde poderei, sólida, renascer.

0 comments:

Post a Comment