Sunday, October 9, 2011

Escolhas...


Como pode um homem escolher entre duas mulheres aparentemente iguais? Ambas bonitas, ambas inteligentes, ambas astutas, ambas sorridentes, ambas enigmáticas, ambas sensuais, ambas profundamente sexuais.
Ele coloca as duas, lado a lado, e faz um esforço mental para lhes ignorar as semelhanças. Não consegue. Dois corpos femininos, semi-despidos, somente tapados com uma lúbrica lingerie preta que lhes cobre o busto e o sexo. Meias de ligas rematam o conjunto criando um desenho, delineado entre o tecido e a pele, impossível de resistir.
Uma das mulheres, perante o seu olhar másculo que a perscruta, leva a mão à pequena peça de pano que lhe tapa um profundo jardim secreto e, suavemente, desce o mesmo mostrando a passagem que conduz às suas profundezas uterinas.
A outra mulher simplesmente o contempla intensamente, olhos com olhos, e coloca a sua mão direita sobre o coração. Somente isso. Sem convites explícitos que possam conduzir à luxúria ou à desejada obscenidade.
Nesse momento aquelas duas fêmeas aparentemente iguais passam a distinguir-se de forma clara e evidente. Uma oferece o corpo, a outra oferece a alma. Uma entrega-lhe prazeres carnais vazios de amor, a outra dá-lhe o espírito num corpo que é metade do seu. Uma contenta, outra completa. Uma é migalha, outra um milhão. Uma é lava, outra é vulcão.
O homem, apesar de no seu íntimo estar seguro de quem quer, sabendo ao certo a mulher que realmente deseja para companheira de vida(s), continua com dúvidas masculinas na escolha. Debate o seu instinto animal com a sua emoção. Digladia-se entre a fêmea que se entrega quase de pernas abertas para a procriação com aquela que, fazendo-o de forma mais reservada, lhe toma também o ânimo. Uma dar-lhe-á prazeres imediatos, masturbações automáticas a dois, vazias de conteúdo. Outra dar-lhe-á o deleite do amor infindo cujo corolário são inacreditáveis orgasmos mútuos, que doem de tão violentos que se adivinham ser.
Ele luta entre o respirar e o ficar sem ar. Entre o receber e o dar. Será que o efémero ganhará neste duelo com o eterno? Dúvida fácil de resolver, decisão simples para quem sabe o valor de verdadeiramente amar… livre arbítrio para o homem que a uma só se poderá entregar.




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