“Quem semeia ventos colhe tempestades”. Assim diz o velho ditado. Nas relações humanas a verdade do ditado eleva-se ainda mais alto. Nas relações de amor, paixão e desejo o ditado eleva-se a mais infinito, por vezes ao expoente da loucura.
Nem sempre agimos segundo o que é melhor para nós e para quem nos acompanha. Mania essa de pensar com o coração e não com a razão. Pensar com o coração leva-nos, por vezes, por caminhos imprevistos. Percursos com paisagens que se prometem luxuriantes, mas que nem sempre o são. Orgulho. Ciúme. Raiva. Vingança. Desconfiança. Possessão. Ou simples vício, no ou do outro.
Aí semeamos ventos de discórdia, verdadeiras intempéries que nos assolam e nos derrubam sem aviso. Trilhos que nos levam ao inferno e nos fazem por lá ficar. Em vez do calor que procurámos no passado, os maus ventos semeados trazem-nos impotência e deserto emocional, deixam-nos ali naquele lugar inóspito, fustigados pela nortada da saudade que nos deixa abandonados e a tiritar de frio.
Nostalgias escondidas, anseios camuflados, fomes abafadas, gritos mudos… que evocam o ser amado mas não chegam a lugar algum. Acontece-lhe a ela, a ele, à outra e ao outro. Acontece, pelo menos uma vez na vida, a todos. Procuram-se novas viagens a partir desse abismo, lugares onde se possam semear brisas suaves e amenas, desbravar novos mundos, corpos e sensações. Uma nova jornada se avizinha… novo sopro que nos leva longe se nele semearmos o que é certo.
“Quem semeia ventos colhe tempestades”… quem semeia amor e respeito, colhe o que quiser.
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