Saturday, December 8, 2007

Momentos...

05 de Dezembro


Viagem (7h48m)

Tremo.

Involuntariamente todo o meu corpo vibra, estremece, se agita. Respiro fundo e preparo-me para a viagem. Uma viagem que, sinto, mudará a minha vida.

Gostaria de saber como...

Sobrevoo as águas do rio que banha a minha cidade... correm agitadas, em sincronia com o meu estado de espírito. Têm como eu um destino certo, traçado, a cumprir.

Ele que me espere, estou a ir...

O meu meio de transporte segue, cavalga estas linhas férreas, destabiliza a minha escrita.

Para trás deixo as águas de um invicto rio, um aperto no peito, a teimosa lágrima que cai, o frio no corpo, gelo na alma e um amor maior.

Pela frente tenho o desconhecido, a incerteza, o não saber.

Mas vou... como sempre vou.



Presa num momento (8h33m)

Algo me envolve...

Uma estranha sonolência...

Querer dormir e demorar a acordar.

Sinto-me presa.

Amarras invisiveis aprisionam a minha essência.

Correntes que não vejo contêm o que quero dar.

O que preciso dar...

Presa num momento... que não chega.

Momento que desejo... e do qual quero sair.

Presa...


06 de Dezembro



Viragem (10h)

Dezenas... são às dezenas as almas que me rodeiam.

Respiram, inspiram quereres, expiram desejos. Vários.

Reunida neste espaço onde um só fala, discursa, se expõe, dou por mim a imaginar o que cada rosto, que me envolve em silêncio, sente. Porquê ou por quem transpira, o que o move a aqui estar.

A mim moveu-me uma força maior, um procurar de mais. Amor!

Estar aqui, neste virar de ampulheta, nesta nova era de vidas, tem para mim um intenso significado.

Persegui uma paixão, corri atrás de algo em que acredito, numa maratona emocional pela qual vesti a camisola.

Entreguei-me. Deixei-me levar...

E é com uma tristeza profunda que percebo que falhei. Que perdi.

Entreguei alma e corpo... recebi de volta a surpresa, o inesperado, a frustração, o que eu não desejava, não queria.

Não quero mais! Não quero...

Olho pela janela deste espaço fechado de gente, lá fora árvores se agitam, o vento corre, o tempo muda. Cá dentro, aparentemente protegida das intempéries, chove torrencialmente. Permito-me chover num lavar de aura, num despejar de alma... choro.

Purgo-me deste amor. Deixo ruir estes alicerces de nada!

Amanhã recomeçarei a contruir tudo... o tudo.

Esse sim, vale a pena.


Aqui (11h)

Leva-me...

Leva-me daqui!

Tira-me deste antro de tristeza, deste fétido estado, deste viver não salubre.

Despe-me...

Despe-me aqui!

E lava-me. Limpa-me disto.

Deixa que me banhe em ti...

Quero-te a percorrer o meu corpo, sentir-te a envolver-me... toda... de novo.

Toma-me em teus braços e invade-me... faz-me sentir tua, preenchida de ti, por ti.

Ama-me...

Ama-me aqui!

Aqui, como e quando quiseres! Preciso sentir a felicidade de te ter.

Não percebes que sou tua?

Que sempre fui?

Nesta e noutras vidas...

Sei disso.

Sinto-o.

Sinto-te.

Sempre.

Em mim.

Em nós.

Amo-te!



(Re)começo (19h)

Estou a ir...

De volta aos teus braços, de volta a ti.

Sinto que num par de dias tudo mudou, tudo passou a fazer sentido.

Tinha em mãos as peças de um complexo puzzle que não sabia reconstruir.

De repente... tudo se encaixa.

Vejo novas paisagens, novos horizontes.

Vejo nesta imagem que se forma novas cores, novos tons.

Vejo um renascer... um renascer de nós.

Parto difícil este!

Dor, choro, medos, incertezas...

E depois de tudo um sorriso. Tímido, é certo, mas um sorriso.

Por finalmente te ter de novo em mim.

Estou a ir... para ti!

Amo-te. Muito. Sempre. (Alto!)

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