Wednesday, November 7, 2007

Morte

Quente...

Espessa...

Vermelha escura...

Muito escura!

Escorre...

Desliza...

Percorre-me o corpo...

Prende-me...

Despe-me...

Lentamente...

Levianamente...

Sádica!

Sente o meu desespero...

E continua...

Na sua busca incessante...

De mais...

Mais...

Muito mais...

Demais!

Uma gota...

Uma pequena gota...

Que me mantem aprisionada...

Que entre grades de desespero me toma!

Que nos seus grilhões me tem...

Que de mim faz escrava...

E escorre...

E desliza...

E continua a percorrer o meu corpo...

Que mergulha na escuridão!

Num desejo sem cor...

Que contrasta com o seu vermelho...

Bem escuro...

Sangue!

Sangue que numa gota...

Numa única gota...

Se precipita da minha alma...

Que marca o meu corpo...

Que deixa o rasto da sua passagem...

Que tatua na minha pele a minha tristeza...

A minha devastação...

A minha prostração...

A minha impotência!

Quem diria...

Eu...

Impotente?!

E deixo que essa gota mergulhe...

Me penetre...

Na sua busca de mais...

Mais...

Muito mais...

Ela persegue...

Corre dentro de mim...

Volta às origens...

E já na sua nascente...

Provoca...

Provoca-me!

E faz com que mais nasçam...

Eu não quero mais!

E elas brotam...

Quentes...

Espessas...

Vermelhas escuras...

Num sangue de alma que me inunda...

Que me faz desfalecer...

Que numa morte lenta me envolve...

Da qual não sei renascer!

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