É impressionante como nos deitamos em fofos leitos de pétalas de rosa, de cores pastel, suaves... e quando acordamos do sonho, sentimos somente espinhos, que rasgam a alma, que nos fazem chorar lágrimas escuras, ruborizadas pela dor.
Seguro entre os meus dedos a rosa que me deste... parece que esta não quer morrer. Tem dias fora de água! Quero que ela seque, mirre, que suas pétalas desfaleçam numa morte anunciada.
Ela estoicamente mantem o seu vigor e diz-me : "Estou aqui, não vou!".
Imploro à rosa que parta, que se vá, e que com ela leve este desespero em que estou, no qual me deito, que me penetra, que me invade, sem dó nem piedade.
A rosa, apesar de abalada pelo jejum, mantem a sua suavidade, o seu perfume, a sua essência... a sua presença! A tua presença!
Diz-me, porque não vais?
Porque mantens as pétalas desta rosa vivas?
Como consegues ter força para tal?
Questiono-me por vezes qual a tua razão para o fazer e as respostas que obtenho de mim para mim andam no limbo entre o egoísmo, o altruísmo e o hedonismo.
O teu... porque o meu estado de espírito roça a apatia e a tristeza, sem forças sequer para os limbos da vida.
Vendo bem, a minha flor preferida nem é a rosa... é o amor-perfeito... mas esse já murchou há muito tempo, se é que alguma vez existiu.
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